Sabemos que apesar de mudanças terem sido feitas no cinema do
gênero horror, existem algumas figuras originais que ainda permanecem vivas na
mente das pessoas, uma delas é claro, é o Drácula, o vampiro aristocrata que
vive em seu castelo em busca de suas vítimas, adaptado muitas vezes no cinema e
em outras produções artísticas. A nova versão em minissérie da Netflix
apresenta em 3 episódios, elementos, cenários e personagens da história
original, porém trazendo para os dias atuais.
CONTÉM SPOILERS:
Resumo: No primeiro episódio, conhecemos Jonathan Harker, um advogado que viaja a Transilvânia a pedido do conde Drácula, lá ele começa a descobrir os segredos dele e se torna também um refém, enfraquecendo a cada dia enquanto Drácula parece se tornar cada vez mais jovem. Em paralelo a isso, a irmã Van Helsing, uma freira que passa por uma crise de fé, busca descobrir os segredos e mistérios do ocultismo e enfrenta o próprio drácula durante uma invasão a um convento.
Criado por Mark Gatiss e Steven Moffat, conhecidos pela série Sherlock, podemos dizer
que a produção consegue trazer elementos clássicos que enchem os olhos,
principalmente para os fãs de terror, como o castelo medonho, antigo ao estilo
medieval, um vampiro assustador, porém carismático mas que consegue ao mesmo tempo
se apegar as suas vítimas. Ao mesmo tempo dando um toque dos dias atuais a
história, onde os diálogos são mais casuais e é possível entender os mistérios
de Drácula a partir de reflexões até científicas, mas também relacionadas a fé.
A fotografia impressiona, escura, intensa, com cenas que não
chegam a aterrorizar, mais causam uma mistura de surpresa e pânico, destaque
para a cena em que Drácula saiu de dentro de um lobo no primeiro episódio. É como
se a história também consiga ir se encaminhando com revelações cada vez mais
surpreendentes, mudando de rumos em todos os momentos.
No início pensamos que o
foco seria entre o advogado e Drácula no castelo, porém do meio para o final
tudo muda completamente e vemos um ataque sangrento a um convento, no segundo
episódio no navio conhecemos outros personagens e a relação entre Drácula e a
irmã Van Helsing é mais aprofundada. Enquanto no último na minha opinião, acaba
sendo um pouco decepcionante, em uma tentativa frustrada de trazer o Drácula
para a atualidade.
Acho que o último episódio poderia ter sido melhor, é como se
Drácula conseguisse se adaptar totalmente ao mundo moderno e causar um enorme
pavor, enquanto que todos passam a sentir medo dele e a ficarem intimidados,
mais a qualidade perdeu bastante em comparação com os outros dois. No final, pode-se constatar que a principal
arma contra o Drácula seria a própria morte, da qual ele se esconde, acredito
que a resolução foi fraca em comparação ao roteiro bem estruturado e construído
ao longo da história.
Apesar de alguns erros, acredito que a produção ganha
destaque como uma versão mais concreta de uma história de horror que já foi
adaptada muitas vezes, sendo que a principal delas foi o drácula de Bram Stoker (1992) , a minissérie consegue trazer
um certo terror psicológico, mas também um certo humor cômico e uma
empatia com o protagonista, de forma elegante e bem conduzida. Para os fãs do
gênero também não faltam algumas referências e comparações com outros clássicos
do cinema.
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