Existe um momento na nossa vida em que percebemos que não
somos mais crianças, temos que aprender a enfrentar o mundo por conta própria
por mais que doa, no entanto isso não é fácil, é preciso ser forte e se apoiar
naquelas pessoas que mais gostam de nós, esse filme emocionante de 2000 fala
justamente disso, de lutar pela vida escrevendo nossa própria história através
do personagem principal, um garoto que não tem família e vive sofrendo abusos
de sua mentora, até que foge da casa indo morar no Central Park.
Resumo: JJ (Frankie Nasso) é um menino que
não vê sua mãe desde que era criança, ele morou a vida inteira com cuidadoras e
a última roubava seu dinheiro e batia nele, sendo assim ele foge de casa com
seu único bem um pertence deixado por ela e um teclado que ele toca chamando a
atenção das pessoas no Central Park, lá ele faz aliados, entre eles Rebeca (Kathleen
Turner) uma mulher muito solitária que esconde um triste segredo, ela trata JJ
como seu filho e fará de tudo para ajuda-lo a encontrar sua verdadeira mãe, e o
guardião do parque (Harvey Keitel), um homem que protege o garoto em troca de
mantimentos, o Guardião nomeia JJ o Príncipe do Central Park, mas ele terá que
enfrentar ainda a fúria de Easy (Mtume Gant) um marginal que o vive
perseguindo.
O roteiro possui cenas emocionantes, aos poucos nós nos
apegamos ao personagem e ao seu dia a dia nas ruas e a sua motivação, são
retratados a vida de muitas crianças e jovens que passam por essa realidade, e
muitos acabam por escolher a violência, isso pode ser visto no filme pelo
personagem Easy, um delinquente que foi antes de tudo uma criança de rua, mas
que devido aos maus tratos acabou adentrando cada vez mais ao mundo do crime,
não poderia haver melhor cenário para o filme como o maior parque de Nova York
que passa a imagem de um lugar inspirador, porém violento que se transformará
no próprio lar do protagonista.
Destaque também para a belíssima atuação de Kathleen Turner
que mais uma vez mostrou a sua versatilidade após papeis de sucesso em Tudo por
uma esmeralda, a guerra dos roses e mamãe é de morte, agora como a bondosa
mulher que acolhe JJ em sua casa e se apega muito a ele que reluta um pouco no
início devido às más experiências que teve em seu passado, o filme não possui
uma gama enorme de músicas como trilha sonora, porém o seu tema é um solo de
piano tocado por JJ em um dos momentos tocantes do filme e o meu preferido, em
que o garoto toca para Rebeca uma música que o filho dela gostava.
Trata-se de um filme muito especial para mim, não é uma
grande produção de Hollywood, mas não há como negar que se trata de um longa
raro e difícil de ser encontrado inclusive na internet devido ao seu baixo
orçamento, porém ainda assim retrata uma vida que poucos conhecem , a de quem
não tem com quem contar!
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