Confesso que eu não assisto muito filmes estrangeiros,
acredito que somos muito acostumados com produções americanas, que acabamos
ignorando obras de outros Países que realmente são muito boas. O filme
Turco que está no catálogo da Netflix há algum tempo têm chamado a atenção das
pessoas e eu resolvi dar uma chance, realmente valeu a pena, sensível,
delicado, ele traz uma história de amor entre um pai e uma filha como margem para diversas reflexões, entre elas a injustiça em relação as pessoas diferentes,
mas também sobre perdão e arrependimento.
Resumo: Memo (Aras Bulut Lynemli) é um homem que possui uma deficiência
mental e por isso age como uma criança, sua maior alegria é a filha Ova (Nisa
Sofiya Aksongur) que sofre muito preconceito por conta dos problemas do pai, os
dois vivem em um vilarejo na Turquia com a avó Fatma (Celile Toyon Uysal).
Apesar de terem uma vida difícil, eles se amam muito, mas tudo muda quando Memo
se envolve acidentalmente na morte da filha de um tenente do exército, ele vai
preso e é condenado a pena de morte, porém Ova continuará fazendo de tudo
para salvá-lo.
O drama Turco é emocionante do começo ao fim, a delicadeza
por exemplo como a relação do protagonista com a filha é tratada, o sofrimento
que ele passa e a própria empatia que os outros presos criam com ele, aos
poucos vamos gostando cada vez mais do personagem de Aras e torcendo para que
ele volte a ficar com a filha. Pelo fato de ele ter praticamente a mesma idade
psicológica que a garota, a relação dos dois é ainda mais amorosa e rende
ótimos momentos.
Existem
ainda os dramas vividos pelos outros presos, a visão religiosa e a busca pelo
arrependimento e o perdão que eles esperam, isso é mostrado também pela
incrível direção de Mehmet Ada Oztekin, que foca bastante no rosto e nas expressões dos
personagens, nos seus pequenos detalhes para construir a emoção. Não faltam
ainda críticas em relação a forma como as minorias são tratadas, a sua exclusão
social, o poder que impera dos mais fortes em relação aos mais fracos.
Quando eu assisti, a primeira comparação que veio a minha mente
foi do clássico a vida é bela, que de forma muito semelhante trata da relação paterna
com delicadeza em meio ao sofrimento provocado pelo Nazismo, aqui o destaque para a
interpretação de Aras é o que nos cativa logo no início do filme. O roteiro é muito
bom construindo toda essa atmosfera em torno do protagonista e dos personagens
secundários, mas a direção é o maior destaque em complemento com a trilha
sonora que também é tocante, aviso que o filme arranca algumas lágrimas, porém
eu super recomendo ele!
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