sexta-feira, 28 de julho de 2017

O Pássaro Azul : Elementos do Espiritismo!


“Se você for infeliz,  fará todos a sua volta infelizes” Muitas pessoas acreditam que todos seremos eternamente incompletos e que nunca alcançaremos a realização eterna, porém outras acham que a felicidade depende somente de nós e que é possível encontra-la quando passarmos a ver o mundo de forma diferente, esse clássico de fantasia infantil utiliza elementos surreais em forma de metáfora para nos fazer pensar delicadamente na felicidade e nos erros que nos impedem de encontra-la.







O filme o Pássaro Azul de 1940 conta a história de Mytyl (Shirley Temple) uma garotinha muito arrogante e egoísta que não dá valor a sua família, quando ela e seu irmão Tytyl (Jonny Russel) descobrem que seu Pai irá para a guerra deixam que uma tristeza e mágoa sem fim abale as suas vidas , porém naquela noite recebem a visita da fada Berylune (Jessie Ralph) que os incentiva a encontrar o pássaro azul da felicidade, agora com a ajuda de Luz (Helen Ericson) e de seus melhores amigos a gata Tylette (Gale Sondergaard) e o cachorro Tylo(Eddie Collins) embarcarão em uma jornada de autodescoberta a procura do pássaro em diversos lugares mágicos. Direção de Walter Lang.


O roteiro conta com diálogos extremamente emocionantes repletos de lições de moral que os personagens aprendem em cada lugar que conhecem, o diretor Walter Lang consegue agradar em cheio o público infantil e ao mesmo tempo tratar de temas complexos como guerras, a destruição da natureza, a morte e a ganância dos seres humanos, tudo representado pela visão do espiritismo, já Shirley Temple não convence muito como a garotinha malvada já que o público ainda tinha aquela visão doce dela em filmes como a pequena princesa e a pequena órfã, já Jonny Russel possui uma ótima atuação como um garoto amigo, leal e companheiro, destaque também para Gale Sondergaard como a gata traiçoeira que fazia tudo para estragar os planos das crianças e Edddie Collins o engraçado cão medroso.






Algo que dá o tom necessário para O Pássaro Azul é a cenografia já que  apesar de quase não ter efeitos especiais ele possui uma ótima caracterização , as crianças passeiam por dimensões repletas de personagens como fadas, castelos e até um lugar que passa a impressão de ser o próprio céu, tendo inclusive crianças vestidas de anjos.Um troque original de fotografia na época foi o efeito em preto e branco no início do filme para apresentar a vida miserável de Mytyl e tudo se torna colorido e alegre no momento em que ela passa a procurar o Pássaro Azul.


As referencias espíritas são muito presentes, é como se a fada Luz fosse um espírito de bondade que viesse para proteger as crianças, entre os locais visitados por elas estão a casa dos avós que já faleceram e que sempre acordam no momento em que as crianças se lembram deles , depois eles conhecem o famoso país da fartura onde encontram todas as riquezas que precisam mais começam a se desentender cada vez mais mostrando que o dinheiro pode destruir a vida de alguém , visitam uma floresta que passa a se destruir devido a interferência do homem na natureza e no final conhecem um lugar semelhante ao paraíso onde várias crianças embarcam em um navio com destino a terra pois serão as próximas a nascer, tudo muito tocante.









As roupas dos personagens nos dá a impressão de que eles saíram de livros infantis, a trilha possui sons calmos e melancólicos ao mesmo tempo combinando bem com a temática espírita, apesar de ser considerado um filme raro e difícil de ser encontrado ou visto na televisão ele marcou a infância de muitas pessoas, foi  no entanto um fracasso de bilheteria  já que estreou no ano seguinte ao clássico Mágico de Oz e foi considerado uma cópia devido a semelhanças no roteiro, mas com o tempo acabou se tornando também um clássico Cult, apesar de existirem outras 3 versões considero essa a melhor já que transmite muito bem a ideia que o criador Maurice Maeterlink quis nos passar sobre o espiritismo, um mundo onde nada mais importa a não ser fazer o bem!



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