sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Oscar 2019: Roma!




                           

                   CONTÉM SPOILERS



O drama Espanhol concorre a dez indicações  para a principal premiação do ano, ele se destaca por ser uma das primeiras produções de Streaming a concorrer ao Oscar, rompendo uma certa restrição em relação a filmes que não são exibidos no cinema. A história que mistura transformações políticas em paralelo ao cotidiano de uma família dos anos 70 é visualmente e esteticamente de encher os olhos, todo em preto e branco é focado nas relações humanas.





Resumo: A história é sobre a personagem Cléo (Yalitza Aparicio), uma empregada doméstica que trabalha na casa da patroa Sofia (Marina de Tavira) e a ajuda a cuidar de seus 4 filhos pequenos, a família toda acompanha as transformações políticas e as manifestações e explosões provocadas pelos conflitos da época. Paralelo a isso as dificuldades para a mãe criar os filhos quando o marido vai embora, e o sofrimento vivido por Cléo a descobrir que estava grávida também são pontos fortes da narrativa.





O diretor Alfonso Cuarón investe na estética do filme, desde a abertura ,quando vemos uma cena simples de um chão sendo lavado é possível encontrarmos a delicadeza nos detalhes do cotidiano dos personagens, que consiste nos diálogos comuns, nas decorações da casa, as conversas do dia a dia. Até mesmo a mixagem de som contribui para esse contexto de memória e sofrimento, quando ao invés de músicas, o filme todo é formado por sons e barulhos do dia a dia.




Acompanharmos a evolução e o amadurecimento dos personagens através de Cléo e Sofia, duas mulheres diferentes, a  empregada indígena, recatada, tímida que vê sua vida virar de cabeça para baixo devido a sua gravidez, o parto sofrido e a descoberta da morte do bebê.





 È possível observar que tudo na vida de Cléo acontece em meio ao caos dos atos violentos e das manifestações, através do incêndio na fazenda, o pânico no hospital ou o momento em que todos observam a violência do alto do prédio, minha cena favorita do filme.Por outro lado,Sofia é uma mulher que se vê sozinha para cuidar da família e dos filhos, as duas personagens irão fazer parte, uma da vida da outra.






A direção realmente se destaca, focando em diversos momentos no olhar dos personagens, em cada detalhe presente dentro da casa da família, ultilizando planos sequencia para representar esse contexto, tudo esteticamente bem construído como um retrato solitário daquela época.

Em uma das últimas cenas quando Cléo salva as crianças de se afogarem no mar da praia, a união e as dificuldades da família se complementam,a ideia de que sempre estarão juntos, aconteça o que acontecer.Confesso que é o filme que eu mais estou torcendo, para o principal prêmio!




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