CONTÉM SPOILERS
O drama Espanhol concorre a dez indicações para a
principal premiação do ano, ele se destaca por ser uma das primeiras produções
de Streaming a concorrer ao Oscar, rompendo uma certa restrição em
relação a filmes que não são exibidos no cinema. A história que mistura
transformações políticas em paralelo ao cotidiano de uma família dos anos 70 é
visualmente e esteticamente de encher os olhos, todo em preto e branco é focado nas relações humanas.
Resumo: A história é sobre a personagem Cléo (Yalitza Aparicio), uma empregada
doméstica que trabalha na casa da patroa Sofia (Marina de Tavira) e a ajuda a cuidar de seus 4
filhos pequenos, a família toda acompanha as transformações políticas e as
manifestações e explosões provocadas pelos conflitos da época. Paralelo a isso
as dificuldades para a mãe criar os filhos quando o marido vai embora, e o
sofrimento vivido por Cléo a descobrir que estava grávida também são pontos
fortes da narrativa.
O diretor Alfonso Cuarón investe na estética do filme, desde a
abertura ,quando vemos uma cena simples de um chão sendo lavado é possível
encontrarmos a delicadeza nos detalhes do cotidiano dos personagens, que consiste nos
diálogos comuns, nas decorações da casa, as conversas do dia a dia. Até mesmo a
mixagem de som contribui para esse contexto de memória e sofrimento, quando ao
invés de músicas, o filme todo é formado por sons e barulhos do dia a dia.
Acompanharmos a evolução e o amadurecimento dos
personagens através de Cléo e Sofia, duas mulheres diferentes, a empregada
indígena, recatada, tímida que vê sua vida virar de cabeça para baixo devido a
sua gravidez, o parto sofrido e a descoberta da morte do bebê.
È possível observar que tudo na vida de Cléo acontece em
meio ao caos dos atos violentos e das manifestações, através do incêndio na
fazenda, o pânico no hospital ou o momento em que todos observam a violência do
alto do prédio, minha cena favorita do filme.Por outro lado,Sofia é uma mulher
que se vê sozinha para cuidar da família e dos filhos, as duas personagens irão
fazer parte, uma da vida da outra.
A direção realmente se destaca, focando em diversos momentos no
olhar dos personagens, em cada detalhe presente dentro da casa da família,
ultilizando planos sequencia para representar esse
contexto, tudo esteticamente bem construído como um retrato solitário daquela
época.
Em uma das últimas cenas quando Cléo salva as crianças de se afogarem no
mar da praia, a união e as dificuldades da família se complementam,a ideia de
que sempre estarão juntos, aconteça o que acontecer.Confesso que é o filme que eu mais estou torcendo, para o principal prêmio!
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