"Todos
morremos um dia não há exceções" e isso talvez seja a questão mais complexa que
ninguém conseguiu desvendar, esse filme mostrou as diferentes versões da morte,
enquanto alguns vão cedo demais , outros demoram muito e são obrigados a
conviver com seus sofrimentos e dias ruins que muitas vezes parecem
intermináveis , com grandes interpretações e um roteiro que te prende muito
apesar de ser um filme de quase 3 horas , a espera de um milagre consegue ser
um dos meus filmes favoritos:
Resumo:
Paul Edgecomb (Tom Hanks) é um senhor de idade que no início do filme começa a
contar para uma senhora a história de sua vida e como ele foi chefe da guarda
de prisão em Louisiana no corredor da morte no ano de 1935 , naquele ano ele
conheceu John Coffey (Michael Clark Dunkan) um prisioneiro acusado de estuprar
e matar duas meninas , na época um escândalo para toda a cidade, mais ao
conhecer melhor o homem e descobrir o poder que ele tem de fazer milagres Paul
fica em dúvida se ele realmente cometeu o crime ou não.
Algo
que eu gosto muito nesse filme é que ele consegue ser extremamente emocionante,
mas sem nos fazer chorar com muita apelação, aos poucos o roteiro é construído
para que conheçamos bem os personagens a fundo e nos apegamos principalmente
aos protagonistas, John Coffey vai ao
longo do filme apagando aquela imagem cruel que temos dele quando chega na
prisão como um homem grande e maldoso e vamos conhecendo ele, e é
impossível não gostar, uma das melhores atuações do cinema e o melhor filme do
ator que só fez outras participações especiais ao longo de sua carreira, com
diálogos incríveis e reflexões sobre a vida a amizade entre o homem e o
policial e algo para que torcemos desde o início até que no final a gente se
surpreende e não há como não chorar.
Mais
uma adaptação de Stephen King consegue ser uma das melhores e bem fiel ao
livro, é mais uma parceria do autor com o diretor Frank Darabont que já havia
acontecido antes em um sonho de liberdade e O nevoeiro, ambos tem
características sombrias de enredo, o filme ao contrário da maioria das histórias
de King foca mais no lado humano e na falta de humanidade de cada ser humano,
podemos ver isso a partir dos vilões Percy Wetmore um policial doentio que tem um enorme prazer
com o sofrimento alheio, e Wild Bill o prisioneiro mais problemático do local
exatamente o oposto de John .
Destaque ainda para as performances de Michael
Jeter como o bondoso preso que mantém uma relação de amizade com o ratinho Sr
Jingles, e Patrícia Clarkson como a esposa doente de Warden, mas o destaque
maior ainda é o de Tom Hanks acho ele um dos melhores atores quando se trata de
drama , já havia alcançado seu auge com Forrest Gump e desfez aquela imagem
cômica como o policial forte que controla a milha verde, outros filmes
importantes que fez foi Náufrago e O Terminal.
Acredito
que tudo é muito bem construído no filme, desde o contexto de Grande Depressão
onde os homens poderiam ir a loucura devido ao desemprego e as condições
difíceis de trabalho, o racismo e o preconceito que existia na época contra
homens negros e pobres é mostrado a partir do momento em que John é condenado sem
ter ao menos uma chance de defesa, podemos ressaltar ainda as diversas cenas
fortes que nos impressionam desde o início: como o momento em que as duas
meninas são encontradas mortas nos braços de John, a execução de Eduard
Delacrox onde é mostrada uma sequência
do homem sendo queimado na cadeira elétrica, a resolução sobre o assassinato e
o final de John Coffey que é realmente de cortar o coração, o filme ainda traz
uma reflexão sobre as consequências e sofrimentos provocados pela pena de
morte.
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