O verdadeiro mal encarnado na figura
de uma menina
Nome do
livro: O exorcista
Autor:
Willian Peter Blatty
Editora:
Harper Collins
Páginas: 333
Preço: R$
23,90
“Com os olhos arregalados e o medo estampado
no rosto, como se um fim terrível se aproximasse, gritando até a personalidade demoníaca possuí-la, tomando o quarto com um odor fétido, que parecia vir das
paredes, então o grito aterrorizado e estridente de Regan
se funde a uma risada gutural de triunfo malevolente” Pág 186.
A história tem como foco Chris uma atriz de sucesso que mora
com a pequena filha Regan de 12 anos em Washington, quando a garota passa a ter
diversos surtos e atitudes sobrenaturais, a mãe apela
para todos os tipos de médicos, mas chega a conclusão de que se trata de uma
possessão demoníaca, sem saída ela chama Damiem Karras, um padre frustrado com
a morte da mãe, que estará disposto a realizar um exorcismo.
Willian Peter Blatty escreveu uma narrativa aterrorizante, que ganhou notoriedade ao longo dos anos, apesar da linguagem ser um tanto monótona e causar tensão apenas em alguns
momentos, já que o livro é extremamente detalhado e conta vários detalhes de
vida dos padres e do desespero de Chris para descobrir o problema da filha,
causando muito suspense, mas poucos sustos acredito que ele perde um pouco se
comparado ao filme deixando os momentos surpreendentes da possessão de Regan
para o final.
A disputa entre fé e ciência, bem e mal é discutida em
diversos momentos do livro, a relação de descrença do padre devido à morte da
mãe, em comparação ao ateísmo de Chris que é colocada a prova quando vê a vida
da filha correndo o risco, vemos a personagem Regan sendo extremamente bem
construída e passando de uma menina inocente a um monstro terrível capaz de
fazer as piores atrocidades.
“Chris começou a engatinhar com dificuldade em direção à
cama, com o rosto sujo de sangue, a visão ainda sem foco, os membros doloridos.
Retraiu-se, encolhendo-se de pavor ao acreditar ter visto naquela confusão,
como se fosse uma névoa pesada, a cabeça da filha virando para trás lenta e
inexoravelmente, uma volta completa, enquanto seu rosto se mantinha imóvel” Pág
187.
Os momentos de possessão são a parte principal da narrativa,
o sobrenatural e os momentos tensos e silenciosos são o que nos causam mais
medo, como quando Regan gira a cabeça e m 360º, as levitações na cama, o
vômito, tudo foi bem construído para prender o leitor, as ideias vieram de uma
coluna jornal na qual o autor ficou sabendo de uma história de possessão envolvendo
um garoto.
O autor
também se tornou diretor da adaptação para o cinema de 1973, utilizando de
grandes recursos sonoros inovadores na época, se tornando um clássico do
gênero, devido a sua temática de horror foi proibido e censurado em diversos
Países pela Igreja Católica.
Podemos dizer que o livro nos leva ao submundo do
desconhecido, onde nossos medos e aflições mais profundos podem se revelar, e
nunca sabemos o que vamos encontrar.
Willian Peter Blatty
Nascido na cidade de
Nova York, foi abandonado pelo pai aos 6 anos vivendo apenas com a mãe e
estudando em escolas Católicas, formou-se na universidade de George Washington.
Durante seu período na força Aérea Norte Americana começou a publicar artigos
de comédia na revista The Saturday Evening post, a partir daí se tornou diretor
e romancista, começou a escrever o exorcista em uma cabana na floresta no ano
de 1969, faleceu em janeiro do ano
passado.
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