No último post, falamos sobre os primeiros filmes de Kubrick que trouxeram notoriedade a sua carreira, desde sempre ele utilizou as suas habilidades como fotógrafo para suas criações cinematográficas, incorporando diversas técnicas e planos inovadores para a indústria da época. Os temas polêmicos, realistas e com humor negro eram um traço marcante do diretor, isso fica claro em filmes como Lolita que trata do tema pedofilia e Dr Fantástico que ridiculariza a guerra fria, porém ele também dirigiu sucessos épicos como é o caso de Spartacus, hoje iremos entrar nos filmes mais conhecidos de Kubrick , que são muito reconhecidos pela sua estética narrativa:
2001: Uma odisséia no espaço (1968): O grande clássico da ficção científica, adaptado do conto a sentinela, sobre uma civilização alienígena que observa o progresso dos seres terrestres. O grande destaque do filme são de fato os seus efeitos visuais em cada detalhe, tanto que levou 4 anos para que ficasse pronto, a emoção, a música clássica que preenche o vácuo do espaço e a fotografia influenciam até hoje os filmes do gênero, acompanha-se aqui de forma envolvente o progresso da humanidade e a relação do homem com a máquina, desde o nosso passado até a colonização do espaço, tendo uma das melhores cenas de abertura e grandes planos durante todo o filme.
Laranja mecânica (1971): Uma sociedade distópica onde o violento Alex e sua gangue de rua passam as noites criando arruaças, até que ele se vê submetido a uma transformação de comportamento, envolvendo temas como o totalitarismo, a partir de uma fotografia bem obscura e um dos personagens mais bem construídos do cinema. As cenas de Alex com sua roupa branca, cometendo crimes ao som de músicas clássicas e cantando Singin in The Rain ficaram marcadas para sempre.
Barry Lyndon (1975): Outra adaptação marcante de Kubrick, baseada no romance as memórias de Barry Lyndon, contando a história do irlandês Redmond, que é capturado e entra para o exército da Prússia, ao final da guerra, ele precisa espionar um apostador e se juntar a ele para viver na Elite da Europa, se casando com a milionária Lady Lyndon, mas sua fome de poder pode colocar tudo a perder. As técnicas de fotografia são mais uma vez decisivas na direção deste filme, recriando uma sociedade sem iluminação elétrica, natural e com velas, sem perder a qualidade das imagens, acompanhando a história de Barry repleta de erros ao longo de sua vida.
O iluminado (1980): o clássico do terror adaptado da obra de Stephen King, apesar das divergências entre King e o filme de Kubrick, não há como negar que é uma das melhores produções de suspense já vistas. Jack Nicholson é Jack Torrance, um escritor que se muda com a mulher e o filho para o hotel Overlook para trabalhar como zelador, por ser um lugar fechado e claustrofóbico acaba deixando Jack em uma paranoia, onde ele começa a ter visões de fantasmas em diversos locais do hotel, o efeito Steadicam utilizado no filme, permite que acompanhemos os movimentos dos personagens e que possamos sentir a mesma tensão que eles, o que vai aumentando cada vez mais, até chegar na cena do labirinto, mas um filme extremamente bem dirigido.
Nascido para matar (1987): A adaptação é mais um belo retrato da guerra do Vietnã, dividido em duas partes, o filme acompanha Joker e a sua passagem de civil para soldado, envolvendo todo o processo que torna homens em verdadeiros assassinos. A história mostra o treinamento de recrutas para a guerra, sendo que em pouco tempo, os jovens tornam-se soldados prontos que não hesitariam em tirar a vida de alguém, em seguida acompanha-se a própria guerra acontecendo no Vietnã, o humor negro e as cenas de ação são destaques deste filme.
De olhos bem fechados (1999): O último longa de Kubrick após ele ter passado um bom tempo sem trabalhar em filmes, protagonizado por Nicole Kidman e Tom Cruise, no início do filme vemos o casamento dos dois aparentemente perfeito, até que ela confessa ter sentido atração por outro homem, a confissão deixa o marido desnorteado, assombrado por essa imagem ele acaba em uma mansão em uma reunião estranha e secreta. Apesar das críticas negativas, o filme aborda as relações humanas, é misterioso e consistente em sua proposta.
Após o seu último filme, Kubrick faleceu em 1999 enquanto dormia, por conta de um ataque cardíaco, chegou a estar envolvido no filme AI: Inteligência artificial, mas não chegou a dirigi-lo por questões de saúde. Suas técnicas cinematográficas que geraram filmes extremamente bons e consistentes com certeza deixaram saudades, tocando em temas difíceis mas que precisam ser falados, Kubrick foi também um mestre na construção de bons personagens, não deixe de conferir qualquer um dos filmes citados e não perca a próxima postagem sobre os diretores marcantes do cinema!!
Veja Também:
Diretores marcantes do cinema: Stanley Kubrick - parte 2!!
Parabéns pela matéria, um dos melhores diretores da história do cinema
ResponderExcluirDirigiu vários clássicos que passarão por gerações